Denúncias de violência contra crianças no estado dobrou em 2012
De janeiro a novembro de 2011 foram registrados 4.859 casos no Maranhão.Este ano, já são mais de 7.000, o que equivale a 57% de aumento.
De janeiro a novembro do ano passado foram registradas no Maranhão
4.859 denúncias de violência contra crianças através do disque 100.
Este ano já são mais de 7.000 denúncias, um aumento que chega a 57%. Os
dados são de um relatório divulgado esta semana pela Secretaria dos
Direitos Humanos.
“Isso é um problema histórico e cultural no Brasil. O país sempre foi
tolerante com essas agressões de pais com os filhos. Hoje, se um homem
agride uma mulher, ele imediatamente é preso, porque ninguém aceita
mais. Parece que a polícia também encara a agressão a uma criança com
normalidade, mas não é normal. Isso é um absurdo”, disse o juiz da
Infância e da Juventude, Delvan Tavares.
Em Imperatriz,
a segunda maior cidade do estado, os registros do Conselho Tutelar da
área confirmam os dados do relatório da Secretaria de Direitos Humanos.
Este ano, 573 casos de violência contra crianças foram confirmados e
encaminhados à justiça. Só no bairro Santa Rita foram 18 casos de abuso
sexual, 55 de negligencia, 17 de aliciamento e 25 de agressões físicas.
“Muitas vezes você acha que é uma família desinformada, mas não. Há
famílias consideradas bem estruturadas financeiramente que há casos de
agressão familiar”, contou o conselheiro tutelar, João Gualberto.
Esta semana, o conselho tutelar recebeu a denúncia de mais um caso
chocante de violência contra criança. Um menino de apenas 8 anos teve as
duas mãos queimadas e cortadas com uma faca quente pelo próprio pai. O
motivo teria sido porque ele pegou um brinquedo de um supermercado.
Oito dias após o ocorrido, ainda é possível ver a gravidade das
queimaduras e dos cortes nas mãos da criança. “Ele pegou uma faca,
colocou no fogo e me queimou. Ainda me bateu de corda. Eu fiquei só
gritando”, disse a criança.
Ele está abrigado na casa de passagem. O menino que foi retirado da
família e agora vai passar pelo exame de corpo de delito. O relatório do
Conselho Tutelar foi encaminhado ao Ministério Público, à Vara da
Infância e à policia, mas isso não é garantia de que o agressor será
punido.